quarta-feira, 25 de maio de 2011

Doutrina cbgpaz - OS DONS ESPIRITUAIS



OS DONS ESPIRITUAIS.

1Cor 12:7 Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que útil.

Perspectiva geral. Uma das maneiras do Espírito Santo manifestar-se é através de uma variedade de dons espirituais concedidos aos crentes (12:7-11) Essas manifestações do Espírito Santo visam à edificação e à santificação da igreja (12:7; 14:26) Esses dons e ministérios não são os mesmos de Rm 12:6-8 e Ef 4:11 Mediante os quais o crente recebe poder e capacidade para servir na igreja de modo mais permanente. A lista em 1Cor. 12:8-10 não é completa. Os dons aí tratados podem operar em conjunto, de diferentes maneiras.

1º- As manifestações do Espírito Santo dão-se de acordo com a vontade do Espírito (12:11) ao surgir a necessidade, e também conforme  o anelo do crente na busca dos dons (12:31; 14:1)

2º- Certos dons podem operar num crente de modo regular, e um crente pode receber mais de um dom para atendimento de necessidades especificas. O crente deve desejar “dons”, e não apenas um dom (12:31; 14:1).

3º- É antibíblico e insensato se pensar que quem tem um dom de operação exteriorizada (mais visível) é mais espiritual do que quem tem dons de operação mais interiorizada, e, menos visível também, quando uma pessoa possui um dom espiritual, isso não significa que Deus aprova tudo quanto ela faz ou ensina. Não se devem confundir dons do Espírito, com o fruto do Espírito, o qual se relaciona mais diretamente com o caráter e a santificação do crente (Gl. 5:22, 23).

4º- Satanás pode imitar a manifestação dos dons do Espírito, ou falsos crentes disfarçados como servos de Cristo podem fazer o mesmo (Mt. 7:21
 23; 24:11, 24; 2Cor. 11:13-15; 2Ts. 2: 8-10).
O crente não deve dar credito a qualquer manifestação espiritual, mas deve provar se os espíritos são da parte de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo (1º Jo. 4:1; cf. 1º Ts. 5:20, 21).

Os dons espirituais. Em 1º Cor. 12:8-10, o apóstolo Paulo apresenta uma diversidade de dons que o Espírito Santo concede aos crentes. Nesta passagem, ele não descreve as características desses dons, mas noutros trechos das escrituras temos sobre os mesmos.

1º- Dom da palavra da sabedoria (12:8). Trata-se de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma situação ou problema específico (At. 6:10; 15:13-22). Não se trata aqui da sabedoria comum que Deus dá, para o viver diário, que se obtém pelo diligente estudo, meditação nas coisas de Deus, na palavra, e pela oração (Tg.1:5,6).

2º- Dom da palavra do conhecimento (12:8). Trata-se de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de pessoas, de circunstâncias, ou de verdades bíblicas. Freqüentemente, este dom tem estreito relacionamento com o de profecia (At. 5:1-10; 1º Cor. 14:24, 25).

3º- Dom da fé (12:9). Não se trata aqui da fé para a salvação, mas de uma fé sobrenatural especial, comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o crente a crer em Deus para a realização de coisas extraordinárias e milagrosas. È a fé que remove montanhas (13:2)  e que freqüentemente opera em conjunto com outras manifestações do Espírito Santo, tais como as curas e os milagres (Mt.17:20; Mc.11:22-24; Lc.17:6).

4º- Dons de curar (12:9). Esses dons são concedidos à igreja para a restauração da saúde física dos crentes e não crentes, por meios divinos e sobrenaturais (Mt.4:23-25; 10:1; At. 3:6-8; 4:30). O plural “dons” indica curas de diferentes enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de Deus. Os dons de curar não são concedidos a todos os membros do corpo de Cristo (cf.12:11,30), todavia, todos eles podem orar pelos enfermos. Havendo fé, os enfermos serão curados. GLÓRIAS A DEUS. Pode também haver cura em obediência ao ensino bíblico de Tg. 5:14-16.

5º- Dom de operação de milagres (12:10). Trata-se de atos sobrenaturais de poder, que intervêm nas leis da natureza. Incluem atos divinos em que se manifesta o reino de Deus contra satanás e os espíritos malignos (Jo. 6:2).

6º- Dom de profecia (12:10). È preciso distinguir a profecia aqui mencionada, como manifestação momentânea do Espírito, da profecia ministerial na igreja, mencionada em Ef. 4:11.Como ministério, a profecia é concedida a alguns crentes, os quais servem na igreja como profetas.
Como manifestação do Espírito, a profecia está potencialmente disponível a todo cristão cheio dEle (At. 2:16-18). Quanto à profecia, como manifestação do Espírito, observe o seguinte: (a) trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra ou revelação diretamente de Deus; sob o impulso do Espírito Santo (14:24,25; 29-31). Aqui, não se trata da entrega de sermão previamente preparado. (b) Tanto no AT, como no NT, profetizar não é predizer o futuro, mas manifestar a vontade de Deus, exortar e levar o povo à retidão, à fidelidade e à obediência (14:3). (c) A mensagem profética pode desmascarar a condição do coração de uma pessoa (14:25), ou prover edificação, exortação, consolo, advertência e julgamento (14:3; 25,26, 31). (d) A igreja não deve ter como infalível toda profecia deste tipo, porque muitos falsos profetas estarão na igreja (Jo. 4:1) daí toda profecia deve ser julgada quanto à sua autenticidade e conteúdo  (14:29, 32; 1º Ts.5:20,21). Ela deverá enquadrar-se na palavra de Deus (1º- Jo 4:1) contribuir para a santidade dos ouvintes e ser transmitida por alguém que de fato vive submisso e obediente a Cristo (12:3). (e) O dom de profecia manifesta-se segundo a vontade de Deus e não a de homem algum. A mensagem profética ocorria na igreja primitiva, somente quando Deus usava o profeta para isso (12:11).

7º- Dom de discernimento de espíritos (12:10). Trata-se de uma dotação especial dada pelo Espírito, para o portador do dom discernir e julgar corretamente as profecias, e distinguir se a mensagem vem do Espírito do Senhor ou não (14:29; 1º Jo. 4:1). No fim dos tempos, quando os falsos mestres (Mt. 24:5) e a distorção do cristianismo bíblico aumentarão muito (1ºTm.4:1), esse dom espiritual será de grande importância na igreja.

8º- Dom de variedades de línguas (12:10). No tocante às línguas (gr. Glosso, que significa língua) como manifestação sobrenatural do Espírito, notemos os seguintes fatos: (a) Essas línguas podem ser humanas e vivas (At. 2:4-6), ou uma língua desconhecida na terra, e ainda línguas dos anjos (13:1). A língua falada através deste dom não é aprendida, e quase sempre não é entendida, tanto por quem fala (14:14), como por quem ouve (14:16). (b) O falar em outras línguas como dom abrange o espírito do homem e o Espírito de Deus, que entrando em mútua comunhão, faculta ao crente a comunicação direta com Deus (na oração, no louvor, na adoração, bendizer e na ação de graças), expressando-se através do espírito mais do que da mente (14:2,14) e orando por si mesmo ou pelo próximo sob a influencia direta do Espírito Santo, à parte das atividades mentais ( cf. 14:2, 15:28; Jd. 20). (c) Línguas estranhas faladas no culto devem ser seguida de interpretação, também pelo Espírito, para que  a congregação conheça o conteúdo e o significado da mensagem (14;3,27,28). Ela pode conter revelação, advertência, profecia ou ensino para a igreja (cf.14:6). (d) Deve haver ordem quando ao falar em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em êxtase ou fora de si (deve aprender a controlar-se) (14:27,28).

9º- Dom de interpretação das línguas (12:10). Trata-se da capacidade concedida pelo Espírito de Deus, para o portador deste dom compreender e transmitir o significado da mensagem dada em línguas.Tal mensagem interpretada para a igreja reunida, pode conter ensino sobre a adoração e a oração, ou pode ser uma profecia. Toda congregação pode desfrutar dessa revelação vinda do Espírito Santo. A interpretação de uma mensagem em línguas pode ser um meio de edificação da igreja inteira, pois toda ela recebe a mensagem (14:6,13,26). A interpretação pode vir de quem deu a mensagem em línguas, ou de outra pessoa. Quem fala em língua deve orar para que possa interpretá-la (14:13).

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